Foi com a voz embargada e os olhos marejados que Naiara compartilhou, nesta sexta-feira (09), um pedaço de sua jornada com a fibromialgia. Diagnosticada há pouco menos de dois anos, ela enfrentou noites insones, dores incapacitantes e o peso invisível de uma doença crônica que ainda é subestimada por muitos. Mas tudo começou a mudar quando conheceu a Associação Pernambucana Minha Dor Tem Pressa.
“Desaprendi até a ler, de tanto remédio. Quando entrei na associação, comecei a fazer o desmame das medicações, com apoio das terapias integrativas. Minha mente e meu corpo deram uma trégua. Valeu muito a pena”, contou Jéssica Nayara, 33 anos, visivelmente emocionada ao lado de outras mulheres que vivem a mesma realidade.
O depoimento foi compartilhado durante o Dia D da Conscientização e Enfrentamento à Fibromialgia, realizado no Clube Municipal do Nobre, em Paulista. A ação, que integra o Maio Roxo, contou com o apoio da Secretaria de Saúde do município e mobilizou dezenas de pessoas entre pacientes, profissionais da saúde e apoiadores da causa.
Durante a manhã, os participantes tiveram acesso a serviços como auriculoterapia, vacinação, aferição de pressão e glicose, além de vivências terapêuticas e rodas de conversa. O destaque também ficou por conta do FibroArte Bazar, feira de artesanato com peças produzidas por pacientes da associação, símbolo da ressignificação da dor em expressão e afeto.
Presente ao evento, a secretária de Saúde, Shisneyda Furtado, reforçou o compromisso da gestão municipal com o enfrentamento da doença. “A fibromialgia precisa ser tratada por uma equipe multiprofissional. São dores reais, que impactam mente e corpo. Estamos aqui não só em apoio à associação, mas reafirmando nosso compromisso em garantir uma política pública que reconheça e acolha essas pessoas no nosso município”, destacou.
Para Érica Castro, presidente da Associação Minha Dor Tem Pressa, o momento representa uma conquista coletiva. “Paulista hoje é a casa da nossa sede, e graças à parceria com a prefeitura, conseguimos realizar essa grande ação. É mais que um evento, é um ato de resistência, cuidado e visibilidade”, enfatizou.
Aberto ao público, o evento reforçou a urgência de se falar, cuidar e acolher quem convive com a fibromialgia – uma condição que, embora silenciosa, grita dentro do corpo e da rotina de milhares de pessoas.
Fotos: Jéssica Barbosa
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