14 de julho de 2021

Ecofeminismo: A luta pela igualdade de direitos e oportunidades das mulheres com a defesa do meio ambiente e sua preservação


✅ Coluna Meio Ambiente
Com o gestor ambiental / Herbert Andrade

O que é o ecofeminismo?

Inicialmente, é importante compreender que devido a uma combinação de fatores socioeconômicos, culturais e biológicos, as mulheres muitas vezes são mais afetadas pela devastação do meio ambiente e a falta de investimento nessa pauta do que os homens.

Segundo a ONU, as mulheres representam 80% do total de pessoas que são obrigadas a deixar seus lares e refugiar-se em outros lugares como consequência das mudanças climáticas e da degradação ambiental. Isso acontece porque as mulheres têm maior probabilidade de viver em condições de pobreza e menor poder socioeconômico, o que por fim faz com que tenham mais dificuldades em se recuperar de situações extremas como desastres naturais.

Dados determinam que mulheres, especialmente as mais pobres que residem na zona rural de países com menor desenvolvimento e que são chefes de família, sofrem prejuízos desproporcionais causados por problemas ambientais como desmatamento, poluição da água, falta de saneamento, toxinas ambientais e queimadas.

O ecofeminismo é um movimento que busca o equilíbrio entre o ser humano e a natureza, fomentando a colaboração ao invés da dominação e respeitando todas as formas de vida.

O surgimento do ecofeminismo

Muitas mulheres decidiram tomar à frente pela defesa tanto de seus corpos como do ambiente que as rodeia e o ecofeminismo é uma das consequências desse empoderamento. Isso porque as ecofeministas enxergam uma raiz em comum entre as causas da destruição do meio ambiente e a degradação da mulher, e ao lutar contra esse sistema poderiam conseguir melhores condições para todos.

Mas essa luta não é de hoje.

Nos anos 70, a feminista francesa Françoise d’Eaubonne criou esse termo,ecofeminismo, para explicar como a luta pelos direitos das mulheres está relacionada com as reivindicações por um mundo mais sustentável. Naquele momento, d’Eaubonne defendeu questões como o direito ao controle de natalidade, argumentando que a superpopulação do planeta que já começava a ameaçar o meio ambiente, era fruto da insistência do patriarcado em controlar os corpos das mulheres.

O sistema que rege toda a problemática

Muitas ativistas começaram a questionar, discutir e relacionar temas ambientais e de gênero, gerando propostas de como o ecofeminismo poderia enriquecer ambos os movimentos. Elas se dedicam a explicar como o patriarcado capitalista que rege o sistema político, social e econômico a nível global é o grande responsável pela destruição do planeta, assim como pela falta de direitos e oportunidades por parte das mulheres.

Segundo elas, esse sistema tem a tendência de polarizar a realidade, gerando um ambiente de competição contínua. Homem x mulher, progresso x natureza, ser humano x animal, e por aí vai. Esse clima de disputa contribui para a subordinação da natureza e da mulher perante o homem com base na crença do “poder do mais forte”, e a subcultura do machismo, ou seja, para que um grupo possa se desenvolver é preciso dominar e subordinar outros.

O que é proposto pelo ecofeminismo?

Ecofeministas em todo o mundo propõem uma nova perspectiva que reconheça que a vida na sociedade e sua relação com a natureza deveria se fundamentar na cooperação e na igualdade. Para essas ativistas, embora o mundo esteja acostumado ao capitalismo e suas estruturas econômicas, existem opções alternativas cujo foco está em relacionar-se com a natureza de outra maneira.

A agricultura familiar e produção de alimentos livres de poluentes, a conservação e preservação de habitats naturais e ecossistemas, a migração à formas de energia limpas, são algumas das propostas que desafiam o modelo atual.

Realidade em Paulista

Na cidade do Paulista temos várias mulheres de luta na pauta ambiental que estão aquém do reconhecimento e valorização, são catadoras de recicláveis, marisqueiras, pescadoras, agricultoras familiares, artistas, ativistas, donas de casa e etc. Com uma visão igualitária de direitos, essas mulheres lutam todos os dias por uma cidade mais sustentável e economicamente viável às oportunidades.

A falta de saneamento sanitário e ambiental, a falta de conhecimento e pertencimento da população às áreas de preservação da cidade e suas potencialidades, são alguns dos principais fatores que a omissão do poder público causa e expõe as mulheres. 

O ECOFEMINISMO É LEGITIMO E NECESSÁRIO!

VIVA TODAS AS MULHERES! 

VIVA AS MULHERES DE LUTA POR UM PLANETA MELHOR E JUSTO!

✅Texto colaborado com Regiane Folter

Nenhum comentário:

Postar um comentário