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30 de abril de 2016

Cineclube CineRua promove edição especial pelo retorno do Cine Olinda

Programação acontece na quinta (5) a partir das 19h com filmes, trilha sonora ao vivo, VJ, show de Erasto Vasconcelos e feira de artes no Cine Olinda; equipamento está fechado há mais de 40 anos

Realizada em parceria com o movimento Ocupe Cine Olinda e o Ponto de Cultura Cinema de Animação, o Cineclube CineRua#4: Sapo Cururu será na quinta (5), às 19h, ao lado do Cine Olinda. O objetivo é questionar os descaminhos do Cine Olinda, fechado para reformas há mais de 40 anos e estimular propostas para sua reativação. Além da programação de cinema, haverá feira de arte, videomapping, trilha sonora ao vivo e show de Erasto Vasconcelos. O acesso a todas as atividades é gratuito, exceto o show "A Hora é Essa”, de Erasto Vasconcelos (com Malícia Champignon), que será realizado no Bar Xinxim da Baiana com ingressos a R$ 5.

Para esta sessão especial foi preparado um programa especial de curtas que dialogam com o sítio histórico e com o próprio Cine Olinda. Serão exibidos "Bajado" (2015), de Marcelo Pinheiro, "Milagres" (2015), de Adalberto Oliveira, "Os filmes que moram em mim" (2015), de Caio Sales, "Resgate Cultural – o filme" (2001), “Mestre Nado: a terra, a água, o fogo e o sopro”(2013), de Tila Chitunda, “Cotidiano” (1980), de Lula Gonzaga, “Hospedeira” (2014), de Rita Carelli e “A vida noturna das igrejas de Olinda” (2012), de Mariana Lacerda. Após a sessão, haverá debate com os realizadores. O programa se completa com a exibição especial de “Noturno em Ré-cife Maior” (1981), de Jomard Muniz de Brito, com trilha sonora ao vivo do músico e compositor Johann Brehmer.

Antes da sessão será lançado um manifesto pela volta do cinema, com reivindicações aos governos municipal, estadual, IPHAN e demais instituições do poder público. Conduzidas pelo Iphan, as obras do Cine Olinda encontram-se atualmente paradas por falta de verbas e problemas com a empresa prestadora de serviço.

O nome do evento evoca a memória da Mostra de Cinema Sapo Cururu, que teve duas edições no Cine Olinda e foi criada na década passada para questionar a curadoria do festival Cine PE. Trazendo a discussão para o tempo presente, o cineclube se alinha politicamente à Associação Brasileira dos Documentaristas (ABD-PE), que recentemente evidenciou em carta aberta a histórica ausência de diálogo do Cine PE com o segmento audiovisual e problematiza a forma de financiamento deste evento, que se utiliza de recursos estaduais via Empetur pelo antigo sistema de ‘balcão’, enquanto os demais eventos de cinema se submetem ao edital do Funcultura.

Histórico - O Cineclube CineRua é a primeira ação continuada do movimento #CineRuaPE, fundado no ensejo de reunir esforços, promover atividades, estratégias e a conscientização da importância de se preservar os poucos cinemas de rua que restam no Estado. As três primeiras sessões aconteceram em frente ao Teatro do Parque, fechado para reforma desde 2010. Ao propor exibições periódicas até que o Teatro do Parque seja entregue novamente à população, o cineclube pretende manter viva a memória deste e outros cinemas de rua de Pernambuco.

Sobre o cinema - O Cine Olinda iniciou seu funcionamento em 1911, como CineTheatro de Variedades. Nos anos 1920, ganhou o atual nome. O artista plástico Bajado foi funcionário, e cartazista no local. Funcionou até a década de 1970, sendo desapropriado pela Prefeitura de Olinda em 1979. Há cerca de 14 anos o imóvel começou a passar por reformas estruturais e até o momento não foi reaberto.

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