Por Wladimir Quirino*
Alguns produtores, hoje calados, criticavam ações realizadas pela gestão petista no Recife que possibilitavam o acesso da população as mais diversas manifestações artísticas de forma gratuita. Diziam: " o Recife virou a maior casa de shows abertos do Brasil. E isso não contribui para a formação de público na cidade”. Discordo peremptoriamente.
Ilações sobre o papel do estado são inúmeras. Desde os defensores do Estado Forte,como o meu caso, aos neoliberais que insistem em querer minimizá-lo. No entanto a crise financeira de 2008, que abalou o mundo, além da atual crise européia, trouxeram á tona outros paradigmas sobre o papel do Estado. Segundo Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia, a crise representou o fim do fundamentalismo do mercado livre.
O Estado, desde então, no combate a crise, vem atuando fortemente como Interventor visando manter o funcionamento do sistema econômico vigente e resolvendo os distúrbios financeiros, pois a ideologia do Mercado livre se mostrou sem condições para tanto. Os governos dos EUA, da União Européia, Japão, por exemplo, passaram a intervir para ajudar os bancos, empresas de seguro, enfim, a “manutenção”, de uma certa forma, do mercado. A era neoliberal que predominou no passado recente vem se esgotando. Mas existem, ainda, os que acreditam no Estado Mínimo e agora, aqui em PE, os que defendem o Estado Mínimo na Cultura, mas se calam diante dos lucros.
A política cultural desenvolvida pela gestão petista nos seus 12 anos ,no Recife ,é modelo no Brasil. Centenas de grupos artísticos passaram a ser reconhecidos, valorizados e a população passou a ter mais acesso as diversas manifestações artísticas.
O carnaval Multicultural atrapalha o mercado da música? Claro que não! Ações públicas nos diversos setores artísticos atrapalharão a cadeia produtiva das artes? Óbvio que não! Pelo contrário. As ações na área da cultura desenvolvidas pelo PT(nos 12 anos de gestão no Recife)foram fomentadoras, democráticas e contribuíram na formação de público, na geração de emprego e renda, no turismo e no bem estar da população. O Período petista , á frente d prefeitura da capital, cumpriu ( devidamente) o papel enquanto poder público. Mas será que o dito mercado vem atuando devidamente na valorização, circulação, na formação do artista? Infelizmente deixa a desejar.
O mais contraditório é que muitos dos que criticaram a realização de eventos, atividades culturais , como interferência do estado no “mercado” por realizar shows de graça á população, são os mesmos que anualmente passam o chapéu nas estatais e governos. Por isso determinados produtores não entendem que o Estado (poder público) , em nenhuma época, deixou de gerar condições necessárias para a acumulação de capital. Resta aos guardiões do Estado Mínimo na Cultura mais eficiência e vontade de valorizar o artista local.
*Historiador e Vice-presidente do PT/Paulista
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