PSB DEVERÁ ATRAPALHAR DILMA ROUSSEFF

A grande Jogada

Praticamente consolidada, a criação do Partido Democrático Brasileiro [PDB], que tem tudo para ser o grande fato novo deste início de ano. Claro, que a legenda em si não deve ser tão diferente do tradicional quadro partidário brasileiro. A grande novidade é que esta estréia evidencia o posicionamento, já a partir de agora, das peças do governador Eduardo Campos [PSB] no tabuleiro eleitoral de 2014.

Sim, o PDB é um partido com prazo de validade, que deve durar até as eleições do ano que vem, quando deve ser absorvido pela sigla socialista. Ele terá duas funções:

1 - esvaziar ainda mais a acanhada oposição à oresidenta Dilma Rousseff, retirando dela quadros como o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e a senadora Kátia Abreu [TO], ambos do DEM;

2 - ajudar a engrandecer o bloco partidário a ser encabeçado pelo PSB, sob o comando de Eduardo Campos,e fazer frente à condição de fiel da balança no Congresso hoje ocupada pelo PMDB.

Com esta grande jogada, Eduardo Campos entra de vez no centro das decisões nacionais e, de quebra,ganha capilaridade eleitoral [musculatura] no sul do país.

A pergunta é: estaria o nosso governador botando as cartas na mesa cedo demais???

No cenário nacional

Dilma Rousseff [PT] nem bem iniciou o seu governo e o PSB nacional já pôs em prática um ousado plano de fortalecimento partidário que tem tudo para desagradar a presidenta da República e outros aliados da base. A meta dos socialistas é chegar a 2014 como uma legenda "nacional", bem robusta e estruturada nos maiores colégios eleitorais brasileiros, com lideranças testadas e aprovadas nas urnas.

Caso esse planejamento - que tem à frente o governador Eduardo Campos, presidente nacional da sigla - dê certo, o PSB reunirá as condições político-eleitorais necessárias para se apresentar na corrida presidencial como uma alternativa à dicotomia PT/PSDB, que já terá administrado o Brasil há 20 anos.

No Recife

As cartas estão sendo postas à mesa, talvez só o PT/recifense não as tenha visto. Com a impossibilidade momentânea de João Paulo [PT], de tomar parte no jogo sucessório de 2012 e com a provável manutenção da chapa majoritária PT/PSB - as forças populares estarão unidas entorno do PT, sob o mérito do governador Eduardo Campos [PSB], que conduzirá o processo olhando sempre pelo retrovisor "futurista", que revelará o jogo a seu modo.

Neste caso, ao PT restará talvez a reeleição do governo no Recife, sem quaisquer possibilidades de crescimento nas Regiões: Metropolitana, Mata, Agreste ou Sertões.

Em Paulista

Sob o risco de ver interrompido o projeto de governar o Recife por 20 anos. O partido dos trabalhadores [PT] será capaz de sacrificar seu candidato aqui em Paulista, Sérgio Leite [PT] para manter uma aliança com as forçar populares, sob a direção do PSB do governador Eduardo Campos.

A importância do prefeito Yves Ribeiro [PSB], neste processo é vital. Pois a indicação do seu candidato (a) e as articulações para a escolha do vice na chapa majoritária, deverá encaixar perfeitamente tanto: no tabuleiro do xadrez do governador, tanto no tabuleiro do xadrez do prefeito Yves Ribeiro.

Paulista é uma espécie de caixa de ressonância do Recife, e neste caso o que é bom para Eduardo até 2014 será bom para Yves Ribeiro, desde que tenha interferência na administração do seu candidato eleito em 2012.

Dai, o grande esforço da oposição em desvendar os bastidores da política paulistense, sobre as estratégias que o prefeito tenta esboçar visando a manutenção do poder. As especulações são muitas, ainda há algum tempo para se pensar!!! E tudo isto torna a política ainda mais envolvente e surpreendentemente charmosa.

Prof.: Lázaro